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Sarampo

O Sarampo é a doença viral exclusivamente humana (não há reservatórios não-humanos) considerada a mais contagiosa de todas e tem potencial de evolução grave inclusive com possibilidade de óbito. Não possui tratamento específico, porém é prevenível através de vacinas que no Brasil estão disponíveis nos postos de saúde e recomendadas aos 12 meses de vida com reforço aos 15 meses de vida.

 

Tempo de incubação

    O tempo entre o contato e a manifestação dos primeiros sintomas varia de 10-14 dias em média (pode ocorrer entre 7 a 23 dias).

Sintomas frequentes:

 

    Geralmente o indivíduo doente apresente tosse, febre, mal-estar, conjuntivite e coriza evoluindo com um rash morbiliforme após 2 a 4 dias do início desse pródromo que geralmente é acompanhado de febre alta (39-40°C).

Transmissão

 

    A transmissão é respiratória (gotículas) que pode ocorrer de forma direta através do contato com secreções, ou ou indiretamente através do contato com as mãos / objetos contaminados. Pode ocorrer a partir de 4 dias antes do início dos primeiros sintomas (pródromo) até 4 dias após o início das lesões de pele (cutâneas).

Possíveis complicações:

 

    Cerca de 30% dos acometidos poderão apresentar como complicações mais frequentes:  infecção de ouvido (otite media), laringotraqueobronquite (ou croup, uma tosse semelhante ao ladrar de um cachorro que pode estar associada a sensação de falta de ar / dispnéia), diarreia e pneumonia.

    Os casos fatais são menos comuns, estima-se que ocorram em cerca de 3 a 6% (podendo chegar a 30% em países subdesenvolvidos com alto índice de desnutrição) dos acometidos sendo maior o risco em crianças menores de 1 ano de idade e adultos acima dos 30 anos.

    Complicações graves tardias são ainda menos frequentes como a encefalite pós-infecciosa  que ocorre em cerca de 1 a 4 indivíduos em cada 1000–2000 casos, e a panencefalite esclorosante subaguda (SSPE) que pode ocorrer após vários anos da infecção e que ocorre em cerca de 1 doente em cada 10.000–100.000 casos.

Vitamina A e o Sarampo:

 

    A sua deficiência retarda a recuperação do Sarampo e aumenta as chances de complicações após a infecção. O próprio vírus do Sarampo pode desencadear deficiência aguda de Vitamina A com xeroftalmia (olhos secos) estando entre as principais causas preveníveis de cegueira em países subdesenvolvidos com índices elevados de desnutrição como a África.

 

Diagnóstico:

    A suspeita do Sarampo é feita de acordo com os sintomas, porém a confirmação é feita exclusivamente através de exames laboratoriais.

Tratamento:

    Não há tratamento específico. As medicações recomendadas são para o controle dos sintomas, prevenção de complicações e proporcionar maior conforto para o paciente.

Profilaxia após contato: 

    É possível tentar bloquear a manifestação da doença após o contato com um indivíduo afetado pelo Sarampo. Recomenda-se uma dose de vacina de bloqueio até 72h da exposição.

    Grávidas, lactentes com 6 meses de vida ou menos e aqueles para os quais a vacina é contra-indicada, recomenda-se o uso de Imunoglobulina humana específica até 6 dias após o contato.

    Ambos os métodos, mesmo que não bloqueiem a manifestação da doença, diminuem significativamente a intensidade dos sintomas, a gravidade e a probabilidade de complicações.

   

Vacina contra o Sarampo:

    A vacina contra o Sarampo não é aplicada separadamente. Ela está presente na vacina Tríplice Viral (injetável) que fornece proteção também contra a Caxumba e a Rubéola.

   É recomendada no calendário básico nacional e, portanto, disponível nos postos de saúde da rede pública. É recomendada a 1ª dose aos 12 meses de vida com reforço aos 15 meses de vida, porém sua recomendação é alterada em situação de surto (vide Surto de Sarampo)

ALÉRGICOS A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA:

   A vacina contra o Sarampo utilizada no Brasil é produzida por 3 laboratórios diferentes sendo que a vacina distribuída pelo laboratório "Serum Institute of India" pode conter a proteína do leite de vaca, enquanto a fornecida pelos laboratórios Fiocruz e Glaxo Smithkline não contém. Portanto, se você é alérgico à proteína do leite de vaca, lembre-se de avisar e verificar qual o laboratório para evitar uma reação alérgica.

ALÉRGICOS A OVO:

   A vacina contra o Sarampo é produzida em cultura de embriões de galinha podendo conter traços de ovos. As estatísticas mostram ser rara a ocorrência de reações anafiláticas mesmo em indivíduos com reação anafilática, anafilactóide ou outras reações graves prévias por alergia a ovo. Porém é recomendado que pacientes com esse histórico prévio recebam a vacina em ambiente hospitalar onde haverá infraestrutura adequada para o atendimento imediato se reação adversa grave. O benefício da proteção vacinal contra o Sarampo justifica o risco de uma reação adversa à vacina.

Contra-indicação:

    Ela é contra-indicada para indivíduos que já apresentaram reações alérgicas graves (como urticária, inchaço da boca e garganta, dificuldade para respirar, queda da pressão arterial e perda da consciência) após a ingestão de ovos; com intolerância a frutose (raro); imunodeficiência grave humoral ou celular (primária ou adquirida); grávidas.

    Não há contra-indicação durante o período de amamentação.

  

Recomenda-se que mulheres que receberam esta vacina não engravidem durante os primeiros 30 dias após a aplicação. Porém, a gravidez ocorrida nesse período não deve ser motivo para sua interrupção. Converse com seu obstetra.

Eficácia da vacina: 

   A vacina é altamente eficaz, porém sua eficácia depende da idade em que o indivíduo foi vacinado e da quantidade de doses prévias.

   Para pessoas vacinadas antes de 12 meses de vida a eficácia da vacina é de cerca de 84%, para aquelas que se vacinaram após os 12 meses, a eficácia é de cerca de 95% e se essas pessoas receberam 2 doses, a eficácia é de cerca de 99%.

Efeitos colaterais da vacina contra o Sarampo:

    As reações mais comuns são vermelhidão no local da aplicação e febre nas primeiras 24h após a administração da vacina.

   

Sarampo - o que é
Incubação
Sintomas
Transmissão
Complicações
Importância da Vitamina A
Tratamento
Profilaxia pós-contato
Vacina contra o Sarampo
Alérgicos a proteína do Leite de Vaca
Alérgicos a ovo
Contra-indicações da vacina contra o Sarampo
Eficácia da vacina
Efeitos colaterais da vacina
Diagnóstico do Sarampo

Aviso Legal As informações contidas aqui nos textos e vídeos não pretendem substituir a consulta com um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer plano de tratamento. Em caso de dúvidas procure seu médico.

© 2023

Dra Marcia Toraiwa Iwashita

CRM-SP 120.319 

Especialista em Alergia e Imunologia

RQE 54057

Pediatra

RQE 54058

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